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Comer é muito mais do que ingerir nutrientes. Na receita de uma alimentação equilibrada, também há ingredientes comportamentais, emocionais, culturais e ambientais, como mostra a nutricionista Lara Natacci
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Compulsão alimentar: o que é e como lidar com ela?

Especialista revela sintomas e gatilhos que caracterizam esse distúrbio, além de práticas que, junto ao acompanhamento profissional, ajudam a controlá-lo

Por Lara Natacci
7 fev 2024, 18h02
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A compulsão alimentar tira a paz na hora de comer. (Ilustração: Veja Saúde/Veja Saúde)
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A compulsão alimentar periódica é caracterizada por uma tendência frequente ao exagero no consumo de alimentos. A pessoa pode consumir, em um período limitado de tempo (por exemplo, dentro de duas horas) uma quantidade definitivamente maior que outros fariam em períodos e em circunstâncias similares. 

Existe uma sensação de falta de controle – é como um sentimento de incapacidade de parar de comer ou de determinar o que ou o quanto está comendo. Os episódios de compulsão alimentar periódica estão associados a três (ou mais) fatores como os abaixo:

  • Comer muito mais rapidamente que o normal
  • Comer até sentir-se incomodamente repleto
  • Comer grandes quantidades de alimentos quando não fisicamente faminto
  • Comer sozinho em razão da vergonha pela quantidade de alimentos que consome
  • Sentir repulsa por si mesmo, tristeza ou demasiada culpa após comer excessivamente

A gravidade da doença é mais determinada pelo comportamento alimentar do que pelo peso da pessoa. Quando as compulsões são mais frequentes e exageradas, os problemas psicológicos e orgânicos decorrentes são maiores – e a recuperação mais difícil.

+Leia também: Diabetes: não é só sobre o que comer, mas quando e como comer

Na prática, os aspectos mais importantes para identificar o distúrbio são a ocorrência de compulsões, no mínimo, dois dias por semana, em um período maior do que seis meses

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A compulsão pode ser desencadeada por um fator emocional, como o estresse ou a ansiedade. Por outro lado, muitos estudos relacionam a restrição alimentar severa a episódios de perda de controle. 

Por isso, é importante evitar dietas muito restritivas, que podem aumentar a ansiedade. Esses regimes ainda podem diminuir o metabolismo, tornando o controle de peso mais difícil.

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Para ajustar a alimentação e reduzir o risco de compulsões, há estratégias como as abaixo:

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  • Comer pequenas porções, várias vezes ao dia. Fazendo várias refeições  você dificilmente vai chegar à mesa morrendo de fome.
  • Mastigar muito! Enquanto você saboreia a refeição, seu cérebro tem tempo de perceber que está satisfeito. Para controlar o seu ritmo, coloque os talheres na mesa entre uma garfada e outra.
  • Focar na refeição. Nada de TV, celular ou computador enquanto estiver comendo.
  • Aumentar o consumo de fibras e proteínas. Elas aumentam a sensação de saciedade. Você come menos e demora a sentir fome novamente.
  • Tomar muita água, o dia todo, para manter o corpo hidratado e não correr o risco de confundir sede com fome.
  • Dormir bem, pelo menos sete horas por noite. Pessoas que dormem pouco têm mais tendência ao descontrole alimentar.
  • Fazer uma lista de atividades prazerosas, mas que não tenham relação com a comida. Quando vier a vontade de beliscar fora de hora, faça uma delas. Se for fome emocional, vai passar!

Por fim, é importante lembrar que o acompanhamento médico, psicológico e nutricional é imprescindível para uma boa evolução de quem tem compulsão alimentar.

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