Clique e Assine VEJA SAÚDE por R$ 9,90/mês
Imagem Blog

Saúde, Negritude & Atitude

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A psicóloga Roberta Federico reflete sobre preconceito, racismo e os desafios para a saúde e o bem-estar da população negra em nosso país.
Continua após publicidade

Trauma racial: quando o racismo deixa suas marcas

Nossa colunista explica esse conceito e quais são seus principais sintomas e manifestações

Por Roberta Federico
9 mar 2021, 09h52
ilustração de pessoa sentada deprimida
Trauma racial está relacionado a ansiedade, depressão e estresse pós-traumático. (Ilustração: Alê Kalko/SAÚDE é Vital)
Continua após publicidade

Ainda que não esteja inserido em diretrizes como o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), da Associação Americana de Psiquiatria, é importante que tenhamos uma compreensão do que é o trauma racial.

Em termos psicológicos, trauma é uma resposta emocional a um evento perturbador, como um desastre natural ou um crime violento, por exemplo. Seguindo esse raciocínio, o trauma racial é uma reação a experiências de racismo, incluindo violências ou humilhações, e que também pode ser chamado de trauma ou estresse traumático baseado na raça.

Todos os tipos de trauma, incluindo o racial, podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno de estresse pós-traumático, uma condição marcada por uma série de efeitos mentais e físicos e que pode ser desafiadora do ponto de vista do tratamento.

As experiências traumáticas ativam as respostas corporais de luta, fuga ou paralisia do corpo, desencadeando a liberação de hormônios do estresse (cortisol e adrenalina), que causam uma série de mudanças fisiológicas, incluindo aumento da frequência cardíaca e alerta mental elevado. Em condições normais, assim que a experiência termina, o corpo retorna gradualmente ao seu estado de equilíbrio.

Mas, na vivência constante em ambientes racialmente hostis, além da experiência de repetidos traumas raciais, o indivíduo pode apresentar diversos sintomas e ficar mais exposto a algumas situações, tais como:

  • Hipervigilância: apreensiva, a pessoa tem medo de se envolver com os outros em certos ambientes após experiências de racismo e evita lugares públicos como bancos e lojas;
  • Ansiedade e depressão: com o tempo, podem surgir manifestações desses transtornos;
  • Pesadelos ou flashbacks: quando algo lembra um evento racista traumático — uma matéria de telejornal que exiba pessoas negras sofrendo violência, por exemplo —, sonhos e memórias ruins vêm à tona.
  • Maior uso de substâncias psicoativas: apelar para álcool e outras drogas pode ser uma forma de lidar com o sofrimento do trauma racial;
  • Agressividade: a exposição repetitiva ao racismo faz com que a pessoa se sinta preocupada com a própria segurança, o que pode resultar em aumento da hostilidade na tentativa de proteger a si mesmo e a seus entes queridos;
  • Desesperança: as preocupações crônicas por se sentir perseguido e alvejado por atos racistas podem fazer o sujeito perder suas expectativas quanto ao futuro.

As estratégias de enfrentamento a essas situações podem incluir a prática de autocuidado, mudanças no estilo de vida, busca por hobbies, momentos de descanso ou atividades revigorantes, redução do uso das redes sociais e do consumo de fontes de notícias angustiantes e a revisita a espaços e pessoas que despertem memórias afetivas positivas.

Para superar o trauma racial, é de suma importância também procurar apoio profissional, assim como se reconectar com os outros de uma forma que não invalide a experiência traumática.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.