Dipirona importada da Venezuela tem vírus mortal? É fake news!
Mensagem que circula em redes sociais diz que o remédio contra febre e dores é fatal e não deve ser tomado. Investigamos essa história
Um novo texto compartilhado no Facebook e no Whatsapp tem preocupado muita gente. A acusação é que um tipo de dipirona fabricada na Venezuela e comprada pelo governo brasileiro estaria infectada com o temido vírus Marburg (veja abaixo). Cuidado: a informação é absolutamente falsa.
Há alguns meses, um texto parecido foi compartilhado por muita gente. A história era bem parecida: um paracetamol trazido da Índia estava com o vírus Machupo e era bastante perigoso. Numa versão ainda mais antiga, outro tipo de remédio de Moçambique tinha o vírus ebola. Reparou como a estrutura da mentira se repete e só mudam os locais e os personagens?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária já se manifestou e afirmou que todos os fármacos comercializados no país passam por um rígido processo de controle de qualidade. Uma situação com uma gravidade dessas nunca passaria despercebida pelas autoridades.
Além disso, partindo da eventual possibilidade de existir uma contaminação na fabricação do princípio ativo, o comprimido é não possui umidade alguma. Isso impede que o vírus permaneça ativo por muito tempo. É preciso levar em conta ainda que esses fármacos possuem substâncias estabilizadoras em sua fórmula. Esses compostos impedem a ação de qualquer agente infeccioso por ali. Portanto, essa postagem é fake. Não compartilhe!
A dipirona
Trata-se de uma medicação com efeito analgésico e antitérmico geralmente prescrita nos quadros de febre e dores causadas por resfriados e gripes. É administrada na forma de comprimidos, gotas, supositórios ou injeções. Seu uso deve sempre ser orientado por um médico.
O Marburg
Esse vírus já provocou epidemias em Angola e Uganda na segunda metade do século 20. Os primeiros casos da doença, marcada por uma febre hemorrágica bastante grave, foram descritos na Alemanha e na Sérvia no ano de 1967.