A cesariana é o tipo de parto mais feito no Brasil. Para ter ideia, 84,6% dos nascimentos realizados pelo plano de saúde são por meio de cesárea. Mas não deveria ser assim. A Organização Mundial da Saúde (OMS), recomenda que apenas 15% dos partos sejam desse tipo. Isso porque a cirurgia pode trazer riscos tanto para a mãe quanto paro o bebê — e esses perigos podem ser imediatos ou aparecer mais para frente. Um dos prejuízos apontados pela ciência é o aumento na probabilidade de os pequenos se tornarem obesos. E um novo estudo da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, reforça esse elo.
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Os cientistas analisaram 22 068 crianças nascidas de 15 271 mulheres — elas foram acompanhadas até a fase adulta. Desse total, 22,3% (ou 4 921) vieram ao mundo por meio da cesárea. Descobriu-se, então, que os bebês submetidos a esse tipo de parto apresentaram um risco 15% mais elevado de desenvolver obesidade. Quando comparados aos irmãos nascidos de parto normal, a probabilidade de obesidade subiu até 64%. Outro dado importante: os pequenos que passaram pelo parto vaginal exibiram um risco 31% menor de acumular peso quando comparados com aqueles cujas mães foram submetidas à cirurgia. Detalhe: essa relação entre cesariana e sobrepeso permaneceu ao longo da vida adulta.
Os autores contam que, ao nascer de forma mais natural, o bebê entra em contato com bactérias gastrointestinais da mãe, o que ajuda na formação de sua própria microbiota. E está cada vez mais claro que esse conjunto de micro-organismos tem relação com uma série de fenômenos ocorridos dentro do organismo — incluindo o sobe e desde da balança.