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Bruxismo: o que fazer quando as crianças rangem os dentes enquanto dormem

O bruxismo, movimento involuntário de ranger os dentes, é um distúrbio comum entre crianças. E o perfil psicológico é um grande responsável pelo hábito

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 22 mar 2019, 10h55 - Publicado em 29 set 2011, 22h00
ranger os dentes bruxismo
Ranger os dentes pode afetar a saúde da criança (Foto: GI/Getty Images)
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Muitas crianças ansiosas ou que sofreram uma alta carga emocional desenvolveram um distúrbio que se chama bruxismo. Ou seja, elas passaram a ranger os dentes enquanto dormem. Esse movimento involuntário da mandíbula, que na maioria das vezes ocorre quando a gente adormece, atinge aproximadamente 19% dos garotos e garotas. Se for persistente, desgasta os dentes, modifica a estrutura óssea temporomandibular – a área entre o osso temporal e a mandíbula – e até aumenta a pressão na cabeça.

Segundo especialistas, o bruxismo é uma maneira de extravasar os nervos. “Muitas vezes o ranger dos dentes é o sintoma de um problema maior”, explica José Eduardo de Oliveira, odontologista de São Paulo, no interior do estado. O distúrbio pode ser um reflexo da ansiedade e da irritação infantil. “Isso comprova que não se deve encarar problemas psicológicos e fisiológicos de formas distintas”, diz a psicóloga Ana Carolina Peuker, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Em outras palavras, as reações físicas sempre estão fortemente ligadas às emoções.

Mas por que, inconscientemente, os pequenos exteriorizam o nervosismo rangendo os dentes? “Durante os primeiros anos, a boca é o portal para a vida”, explica a odontologista Kranya Victoria Díaz-Serrano, de São Paulo. “É pela sucção, enquanto são amamentadas, que as crianças resolvem suas necessidades físicas e emocionais”, complementa José Eduardo de Oliveira. Por isso que, quando ou o menino ou a menina se sentem incomodados ou frustrados, a mente às vezes entende que estimular fricções dentárias na calada da noite seria um jeito de recuperar a serenidade.

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Sono tranquilo

A atenção dos pais e professores é essencial para o diagnóstico correto. Já o tratamento pede uma abordagem multidisciplinar. O primeiro passo é o uso da placa de mordida – desenvolvida pelo dentista -, que se encaixa na superfície dentária para evitar o desgaste. Depois é preciso entender qual foi o estopim para o hábito. Vale procurar um psicólogo nessa hora. “A criança vai precisar expandir o repertório comportamental para enfrentar tensões, participando de grupos ou viajando”, aconselha Ana Carolina Peuker. “Já a fonoaudiologia pode auxiliar no relaxamento muscular e na mobilidade da mandíbula”, conta a fonoaudióloga Ana Lucia Kozonara, de São Paulo. “Durante o tratamento, deve-se evitar gomas de mascar e alimentos duros, que exigem muito da musculatura bucal”, complementa Kranya.

O bruxismo pode causar:

· Dores de cabeça: a estrutura muscular da cabeça está conectada com a da mastigação. O estímulo excessivo a deixa tensa e isso dispara as dores.

· Zum-zum no ouvido: a rigidez nos músculos instiga o zumbido como forma de igualar a pressão na cabeça.

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· Dores musculares: por causa das contrações constantes, a musculatura fica cansada. Daí, é normal acordar com a bochecha dolorida.

· Desgaste do sorriso: a força do apertamento compromete o esmalte dentário e pode até causar fissuras e quebras. Quando isso acontece, o dente fica mais sensível a temperaturas altas e baixas.

· Problemas na articulação: o bruxismo pode desencadear a disfunção da articulação temporomandibular, com deslocamento da mandíbula, estalos e dores na região.

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