A psoríase é uma doença autoimune caracterizada por sensação de queimação, coceira, dor, formação de placas na pele e descamação. Como se não bastasse ter que lidar com esses sintomas, as pessoas que sofrem da condição (são 3 milhões em nosso país) ainda são vítimas de preconceito. É o que aponta um levantamento encomendado pela farmacêutica Novartis. Nele, foram ouvidas 8 338 pessoas de 31 países, incluindo o Brasil. E olha que dado triste: ao lado de Taiwan e Coréia do Sul, somos líderes nos quesitos discriminação e humilhação desses pacientes.
Para ter ideia, 96% dos entrevistados relataram já ter vivido situações de constrangimento. “Ao contrário de outras doenças crônicas, por ser de pele, a psoríase está ali escancarada no dia a dia e o desconhecimento da população em geral causa muito preconceito”, analisou Ricardo Romiti, chefe do ambulatório de psoríase do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Para evitar prejuízos na qualidade de vida do paciente, o médico considera fundamental que todo mundo conheça melhor a doença. É crucial entender, por exemplo, que não se trata de algo contagioso.
Medo de se expor
A pesquisa deixa claro como os estigmas associados à psoríase afetam o bem-estar e a autoestima dos pacientes. Entre os brasileiros consultados, 79% disseram que não frequentam ou evitam frequentar praia e piscina ou não se sentem confortáveis usando roupas de banho. Mais: 56% acham que a doença teve impacto em suas relações passadas ou atuais. E cerca de 40% contaram que evitam o contato íntimo com terceiros.
Outro dado preocupante é que 38% se sentem deprimidos por causa desse quadro. Vale lembrar que, hoje, os tratamentos em geral controlam bastante o surgimento das descamações. Mas, claro, antes de tudo é importante vencer a vergonha e buscar apoio profissional.