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Ar condicionado faz mal?

Depende. Conheça a lista de cuidados necessários para se refrescar durante a estação mais quente do ano com a saúde intacta.

Por Redação M de Mulher
Atualizado em 23 dez 2021, 14h10 - Publicado em 27 nov 2013, 22h00
Chloé Pinheiro
Chloé Pinheiro  (/)
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Primeiro, um esclarecimento: o ar-condicionado, em si, não é um vilão para o corpo. Sem dúvida, a engenhoca dá uma baita ajuda para driblar o calor excessivo do verão.

“O problema é que, para diminuir a temperatura, ele suga o ar do ambiente e retira umidade. E a umidade baixa causa uma série de incômodos”, explica o pneumologista Ubiratan de Paula Santos, do Instituto do Coração, em São Paulo.

“O ideal é, ao ligar o aparelho, aumentar a oferta de água no cômodo, o que não acontece na maioria das vezes”, completa. Com o ar seco, as vias aéreas ficam prejudicadas e irritadas. Para ficar confortável, a umidade do ar deve permanecer entre 50 e 60%.

Fora a secura, a boa conservação desse eletrodoméstico é importante para garantir que uma outra dor de cabeça não chegue junto com aquela sensação geladinha.

É que, sem limpeza regular, o filtro acumula partículas de poluentes, além de fungos e bactérias. “Com o tempo, a qualidade do ar interno chega a ficar pior do que a da rua”, alerta Santos. Em escritórios, por exemplo, a pouca manutenção do equipamento contribui para a proliferação de vírus como o da gripe, já que a transmissão se intensifica em ambientes fechados.

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“É a chamada síndrome do edifício doente, quando infecções respiratórias são propagadas entre colegas de trabalho por causa do ar contaminado”, explica o alergologista João Negreiros Tebyriçá, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia.

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Por falar em alergia, quem sofre com ela, aliás, precisa ficar mais atento aos efeitos de tanta refrescância na atmosfera. Além dos senões da umidade e da manutenção, o choque térmico de transitar do calorão para o local climatizado costuma desencadear uma crise em quem sofre com rinite, bronquite e outras ites.

Quando o nível do termômetro despenca, um mecanismo conhecido como reflexo colinérgico é acionado na gente como uma espécie de reação de defesa. Essa resposta ao frio repentino provoca espirros, congestão nasal e tosse.

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“Os alérgicos apresentam uma sensibilidade maior no nariz e nos brônquios mesmo quando a mudança não é tão brusca. Some-se isso à baixa umidade e os ataques aparecem”, expõe Tebyriçá.

Não ficar prostrado na frente da saída de ar já ameniza a situação. Outras medidas bem fáceis de adotar possibilitam que você alivie o suadouro sem que nenhuma encrenca dê as caras.

Contra a seca repentina instalada nos cômodos refrigerados, o segredo é hidratar-se e proteger-se contra o frio (veja mais detalhes no quadro à direita). E, se você dorme com o ar ligado, melhor maneirar.

“Se ele funciona durante várias horas, a recomendação é não deixar a temperatura muito baixa para que as mucosas não ressequem ainda mais”, orienta o alergologista Gustavo Graudenz, da Universidade Nove de Julho, na capital paulista.

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Uma estratégia eficaz é umedecer o nariz com soro fisiológico antes de cair na cama e deixar um copo d’água por perto para bebericar entre os intervalos do sono.

Ao acordar, abra as janelas. Afinal, é indispensável que os espaços da casa estejam sempre arejados, não importa quão limpo o filtro do ar-condicionado esteja. “Deixar a janela escancarada traz ventilação natural e aumenta a renovação do ar do ambiente”, conta Graudenz. E isso também é válido para o carro e, se for possível, no escritório, ainda que por pouco tempo.

Além de todos esses cuidados, acertar na compra é outra atitude que faz toda a diferença. Na hora de escolher, observe a quantidade de BTU/h do equipamento.

“Essa unidade de medida representa a quantidade de troca de calor realizada pelo aparelho no intervalo de uma hora”, decifra Renata Leão, gerente da Engenharia de Serviços da Whirpool Latin America, fabricante das marcas Brastemp e Consul.

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Quanto maiores os BTUs, maior a potência do condicionador de ar. Mas é preciso ajustar essa força de acordo com o tamanho do local e o número de pessoas que circulam por lá.

Por último, não se esqueça de reparar no total de energia consumida pela máquina e se a limpeza dela é fácil. “Higienizar corretamente não é essencial só para a saúde, mas para que o sistema de refrigeração funcione bem, diminuindo o gasto energético”, explica o ambientalista Jorge Colaço, da empresa Recigases, no Rio de Janeiro. A conta de luz diminui, o planeta agradece e seu corpo, agora refrescado, também.

Até os pets

Animais domésticos também são afetados pelo ar seco demais. Os bichos apresentam quase todos os males respiratórios que nós temos, como rinite, bronquite, asma e até gripe. Não deixe o pet exposto por um período prolongado ao frio muito intenso e fique de olho nas variações bruscas de temperatura. Tosse, espirros e desânimo são sinais de que algo vai mal.

Não esqueça o ar do carro

O aparelho dos veículos requer uma série de atenções especiais. O filtro precisa ser trocado em média a cada seis meses se você mora em grandes centros urbanos ou perto de zonas industriais.

Caso a cidade seja pequena, a reposição pode ser anual. Não fique com as janelas fechadas por longos períodos – uma fresta aberta é sempre bem-vinda para renovar o ar.

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