Quem sonha com os dias de descanso depois de décadas de trabalho pode se surpreender com o abalo dessa virada em seu bem-estar se ela vier associada ao rompimento de laços sociais.
Isso foi observado por pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, num grupo de 424 aposentados. Aqueles que eram membros de associações como clubes e igrejas apresentaram menor probabilidade de morrer nos primeiros seis anos da vida sem crachá. Para dar uma ideia, entre os que participavam de dois grupos e neles permaneceram após a aposentadoria, o índice de mortalidade ficou em 2%. Já na turma que se afastou de tudo, o risco subiu para 12%.
A hipótese é que o engajamento social repercute no equilíbrio emocional e na capacidade cognitiva. “A pessoa que mantém os vínculos envelhece melhor. Daí a importância de se criar uma poupança social à qual se possa recorrer na maturidade”, diz a médica Maisa Kairalla, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – Seção São Paulo.
Para manter os laços fortes
Preservar as relações é fundamental para uma transição tranquila durante a aposentadoria
Voz ativa em casa
Os mais velhos devem ser estimulados a participar das conversas e decisões em família, para escapar do isolamento e da sensação de desvalorização.
Despedida gradual
Antes de sair de vez do escritório, conversas e atividades em comum com colegas são boas estratégias para manter contato após a aposentadoria.
Bom dia, comunidade
Uma rede de apoio e troca de favores com os vizinhos facilita o dia a dia e dá segurança quando bate uma necessidade mais urgente.
Amigos para sempre
Fazer cursos, entrar em grupos de caminhada, aderir a clubes de leitura ou de cinema – tudo isso ajuda a criar novos laços ou alimentar velhas amizades.