Microagulhamento: como funciona e quais as aplicações
Procedimento é muito procurado por quem quer tratar as estrias ou melhorar a aparência da pele e dos cabelos. O que a ciência diz sobre a eficácia?
Popularizado nas últimas três décadas, o microagulhamento pode ser muito mais antigo do que se imagina. Há indícios de que um princípio semelhante já era aplicado na China séculos antes de a técnica ser viabilizada comercialmente a partir de 1995: a ideia original consistia em espetar pequenas agulhas na pele do paciente para retirar alguma substância indesejada da região.
Com o passar do tempo, quem se submetia ao procedimento começava a observar que a parte tratada começava a apresentar melhoras na condição de pele. Essa também foi a ideia defendida há cerca de 30 anos pelo dermatologista Norman Orentreich, que passou a incentivar o uso da técnica não só no rosto, mas até mesmo na região do cabelo – falecido em 2019, ele é considerado um dos “pais” do implante capilar.
Extremamente difundida hoje em dia, a técnica ainda divide especialistas quando o assunto é a eficácia. Conheça mais abaixo.
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Como é feito o microagulhamento?
Também conhecido como Indução Percutânea de Colágeno por Agulhas (IPCA), o microagulhamento começa bem antes do dia do procedimento. A recomendação médica é que, 30 dias mais cedo, o paciente comece a aplicar cremes ou produtos específicos ricos em vitaminas A e C.
No dia do procedimento, o médico deve aplicar um composto anestésico e deixar agir por cerca de 45 minutos antes de removê-lo para, finalmente, começar o tratamento. O princípio do microagulhamento é furar a pele com agulhas de 0,5mm até 2,5mm, o que estimularia a produção de colágeno e elastina pelo corpo na busca por cicatrizar os “microdanos” na região das agulhadas.
Em geral, essa primeira cicatrização leva poucos minutos e ocorre ainda no consultório.
O método mais comum utiliza o roller, um rolinho com uma série de microagulhas na ponta. Ainda existe a chamada DermoPen, equipamento semelhante a uma caneta com a mesma função, e os “carimbos” para microagulhamento.
Independentemente do método, o profissional qualificado deve esticar a região que será espetada e aplicar as agulhas.
Após o processo, a recomendação médica é evitar a exposição solar e a aplicação produtos na pele por alguns dias. O prazo ideal varia conforme o paciente, mas em geral os resultados devem aparecer cerca de 90 dias após a primeira sessão.
Microagulhamento no rosto, capilar e para estrias: para que serve?
A produção de colágeno e elastina causa um efeito de rejuvenescimento na pele, já que o corpo entende que a área precisa de cicatrização. No rosto, o processo ajuda a reduzir a dilatação dos poros, a pigmentação de manchas, amenizar cicatrizes da acne e dar firmeza à pele.
Já no corpo, a técnica ajudaria a diminuir a flacidez da pele, ajudando na redução de estrias. A aplicação do microagulhamento capilar, por sua vez, está associada a bons resultados em casos de alopecia, pois favoreceria o fortalecimento dos fios.
Mas afinal, o microagulhamento funciona?
As entidades de dermatologia não apontam riscos na técnica, desde que realizada por profissional qualificado, e as pesquisas existentes trazem indícios sobre resultados positivos do microagulhamento. Ainda assim, acadêmicos apontam a falta de estudos de revisão maiores e de avanços significativos na técnica desde que ela se popularizou nos anos 1990.
Além disso, existem polêmicas sobre quem deve executar o procedimento, já que esteticistas por vezes oferecem o tratamento sem certificação e também é possível adquirir os equipamentos para fazer o microagulhamento em casa, o que gerou uma série de resultados indesejados conforme o método se popularizou.
Na dúvida, busque sempre orientação de um médico dermatologista antes de realizar qualquer procedimento ou perfuração na pele.