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Esperma de salmão para a pele? Entenda tratamento estético inusitado

Procedimento se baseia em um composto chamado PDRN, associado à regeneração e cicatrização de tecidos - mas muito cuidado antes de apostar nisso!

Por Maurício Brum
16 Maio 2024, 09h46
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O PDRN não precisa vir só do esperma do salmão, mas a versão utilizada comercialmente costuma ser feita a partir da matéria-prima de peixes (Drew Farwell/Unsplash)
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Uma matéria-prima bem pouco usual virou tendência nas redes como um potencial tratamento estético após famosos começarem a fazer uso da substância: esperma de salmão. Entre os nomes conhecidos que investiram na técnica inusitada, aparece a atriz Jennifer Aniston, uma adepta dessa alternativa.

Mas, afinal, qual a ciência por trás do esperma de salmão como produto de beleza? E existe algum embasamento para afirmar que ele traz as vantagens prometidas, como o rejuvenescimento facial ou a redução de estrias e celulite?

+Leia também: Salmão: que peixe é esse?

O que o esperma de salmão tem

Para começo de conversa, é bom deixar claro que ninguém está passando na cara uma substância extraída diretamente do peixe. O produto que interessa mesmo é um tal polidesoxirribonucleotídeo, mais conhecido como PDRN.

O PDRN é um composto de fragmentos de DNA com potencial restaurador. Ele não precisa ser obtido apenas do esperma do salmão, aparecendo também em outras estruturas formativas, como a placenta humana.

No entanto, os tratamentos cosméticos se baseiam em matéria-prima vinda de peixe (também pode ser esperma de truta!).

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O interesse no PDRN ganhou força a partir dos anos 1990. Possíveis vantagens antioxidantes e anti-inflamatórias continuam sendo pesquisadas, mas o potencial mais estudado é mesmo na restauração de tecidos e ossos.

Na medicina, seus principais usos não têm a ver com tratamento estético: grande parte das pesquisas giram em torno da sua capacidade de regenerar tecidos, cicatrizar feridas e promover a angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos), podendo ajudar a tratar úlceras relacionadas ao diabetes e à doença arterial periférica oclusiva, entre outros problemas. Mas, de novo, estamos falando de evidências científicas em construção.

Em tese, essa capacidade restauradora também ajudaria a frear os efeitos da idade na pele.

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Mas, para a pele, o PDRN funciona mesmo?

Não há uma resposta certeira: depende do caso. Nenhuma técnica é milagrosa, e tudo varia conforme o tipo de pele e o problema a ser abordado.

O potencial cicatrizante do PDRN pode ajudar quem tem lesões recorrentes ou dificuldade de vê-las sarar. E a aplicação do produto à base de esperma de salmão, desde que associada a outras técnicas, também colaboraria com a produção de colágeno, o que teria um efeito “rejuvenescedor”.

No entanto, o uso como tratamento estético requer muito cuidado, já que as evidências mais robustas em torno do PDRN se referem à versão injetável. Produtos de uso tópico não só poderiam passar longe do efeito indicado como acabar trazendo riscos: em 2023, por exemplo, a Anvisa proibiu a comercialização do EVO PDRN, até ali o principal produto de uso externo disponível no Brasil – e mesmo antes do banimento ele só podia ser vendido como cosmético (e não como medicamento).

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Em qualquer cenário, é fundamental contar sempre com a avaliação rigorosa de um dermatologista antes de investir em qualquer procedimento estético, mesmo aqueles considerados menos invasivos.

E, mesmo se tudo pareceu sair bem em um primeiro momento, o médico deve ser informado imediatamente caso surja qualquer incômodo ou alteração indesejada na pele após a aplicação.

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