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Vitamina C contra as doenças do outono: o que tem de verdade na história?

Gripe, resfriado, asma... esse nutriente seria um grande aliado contra tosses e espirros, mas atenção: ele não faz milagres!

Por Dan Waitzberg e Natalia Lopes (Nutritotal)*
Atualizado em 27 mar 2024, 10h01 - Publicado em 26 mar 2024, 18h16
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Alimentação ou suplementação para atingir os níveis recomendados de vitamina C? (Foto: Diana Polekhina/Unsplash)
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Com a chegada do outono, começam a surgir mais casos de doenças como gripes, resfriados, sinusites, bronquite, bronquiolite, crises de asma e, também, pneumonias. Daí vem a dúvida: será que vale suplementar vitamina C ou outros nutrientes para nos prevenirmos contra essas doenças? 

Nesse contexto, é importante compreender o papel da alimentação frente a esses problemas e a interação de alguns nutrientes específicos com o sistema imunológico. 

E é claro que, nesse contexto, a vitamina C ganha destaque na mídia. Mas será que ela realmente age no sistema imunológico?

Quais são os benefícios da vitamina C para a saúde?

A vitamina C, ou ácido ascórbico, é essencial para o funcionamento adequado do organismo. Atua como antioxidante, combatendo os radicais livres que podem danificar células saudáveis, além de participar de forma importante na síntese de colágeno, cicatrização de feridas, absorção de ferro e prevenção de doenças cardiovasculares.

Sem dúvida, a função mais conhecida da vitamina C está relacionada ao fortalecimento do sistema imunológico. Porém, as evidências ainda são fracas e se baseiam na observação de que, em geral, pessoas acometidas por infecções têm baixos níveis sanguíneos de vitamina C. 

Por meio de estudos em animais, observou-se que a suplementação de vitamina C pode ter efeito broncodilatador (facilitando a respiração) e atuar na prevenção de asma, gripes e resfriados. Porém, em humanos, os achados não foram confirmados.   

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Precisamos lembrar que o sistema imunológico é formado por uma série de células responsáveis pelas reações que irão combater vírus e bactérias e, assim, prevenir e ou tratar as doenças respiratórias.

Aliás, as células imunes são produzidas constantemente e, para funcionarem bem, dependem não só de vitamina C, mas também de um estilo de vida saudável. Isso inclui alimentação adequada que forneça vários nutrientes, microbiota intestinal equilibrada, prática regular de exercícios físicos e sono de qualidade.   

+Leia também: Suplementos de vitamina C e zinco não reduzem sintomas do coronavírus

Como incluir vitamina C na alimentação diária?

Independentemente de sua atuação na prevenção de doenças respiratórias, precisamos consumir vitamina C diariamente. 

Para adultos, a ingestão recomendada varia em torno de 60 a 80 miligramas por dia, de acordo com as fases da vida (gestantes e lactantes, por exemplo, têm uma maior necessidade diária). 

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Felizmente, na natureza encontramos ampla variedade de fontes alimentares da vitamina, incluindo frutas como laranja, limão, tangerina, acerola, caju, goiaba, mamão e morango. Isso sem contar vegetais como pimentões, brócolis, tomate e espinafre

Aliás, engana-se quem pensa que a laranja é nossa melhor fonte de vitamina C. Na acerola encontramos 17 vezes mais vitamina C do que na laranja. 

Mas o fato é que facilmente atingimos a recomendação de ingestão diária desse nutriente. A suplementação de vitamina C, naquele clássico comprimido efervescente, pode ser usado em algumas situações, mas não é indicado para uso crônico. 

Inclusive, a ingestão excessiva resulta em desconforto gastrointestinal, como náuseas, diarreia e cólicas abdominais. E ainda pode aumentar o risco de formação de cálculos renais em pessoas predispostas.

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Alimentação equilibrada para prevenir gripes e resfriados

Como já abordamos, o sistema imunológico, para se manter em pleno funcionamento, precisa de um estilo de vida saudável e de outros nutrientes, além da vitamina C. 

Nutrientes como vitamina D, zinco, selênio e probióticos têm papéis essenciais na regulação do sistema imunológico e na proteção contra infecções. Por isso, investir em uma dieta variada, que contemple todos os grupos alimentares, é o melhor caminho. 

A vitamina D, por exemplo, é crucial para a modulação da resposta imune, enquanto o zinco atua na proliferação de células imunológicas e na função de barreira da pele. O selênio é um antioxidante que ajuda a proteger as células do estresse oxidativo, enquanto os probióticos contribuem para uma microbiota intestinal saudável, importante para a função imunológica adequada.

E não podemos esquecer: manter um peso adequado e consumir regularmente fonte de proteínas são estratégias que também contribuem para um sistema imunológico pronto para combater vírus e bactérias. 

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Assim, o consumo de alimentos fonte de vitamina C deve fazer parte da estratégia contra gripes e resfriados. Mas, para fortalecer o sistema imunológico e promover o bem-estar geral, devemos buscar uma abordagem holística da saúde, que prioriza a ingestão de uma dieta balanceada e variada. 

Não existe pílula milagrosa, e, sim, um estilo de vida que, a longo prazo, contribuirá para manutenção da saúde e prevenção de doenças.

*Este texto foi produzido pelo Nutritotal em uma parceria exclusiva com VEJA SAÚDE.

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