A revista científica Nature Food publicou um estudo que analisa a evolução do padrão alimentar globalmente entre 1990 e 2018.
Os pesquisadores usaram o Alternative Healthy Eating Index (AHEI) para definir o que era uma dieta saudável: o índice prioriza o consumo de frutas, hortaliças, grãos integrais e fontes de gorduras boas como pescados; e pede moderação para a ingestão de carne vermelha e processada, bebidas açucaradas e redutos de sódio.
Em 2018, apenas dez países tinham pontuações consideradas adequadas por essa métrica. E os países com pontuação mais baixa incluem Brasil, México, Estados Unidos e Egito.
De acordo com a pesquisa, o aumento no consumo de industrializados ultraprocessados e a crescente desigualdade social (junto à alta nos preços dos alimentos) respondem pela situação.
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Outro parâmetro, mesmo resultado
Pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP também constataram um baixo valor nutricional nas refeições brasileiras.
Só que eles usaram como referência ideal a dieta da saúde planetária, proposta por uma comissão do periódico The Lancet, que preza o bem-estar das pessoas e o meio ambiente.
A avaliação atesta que só estamos atingindo 30% das metas, como comer mais vegetais e menos carne.
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O mapa da comida
Confira achados da análise internacional:
- Gênero e instrução
Globalmente, os escores de qualidade da dieta foram superiores entre mulheres e em pessoas com mais acesso à educação formal. - Faixa etária
As crianças tendem a consumir menos frutas, vegetais sem amido e fontes de ômega-3 do que os adultos. E ingerem mais sódio e gordura saturada. - Visão geral
A qualidade da alimentação melhorou um pouco entre 1990 e 2018 em todas as regiões, exceto no sul da Ásia e na África subsaariana. - Guia para o futuro
Os pesquisadores acreditam que um olhar mais apurado sobre cada país pode guiar políticas públicas focadas numa dieta saudável.