A psoríase é uma doença que se manifesta sobretudo na pele, tendo as placas avermelhadas e descamações como os principais sintomas. Por trás dessas lesões (que surgem em áreas como couro cabeludo, cotovelos e joelhos) estão processos inflamatórios que ocorrem silenciosamente dentro do organismo. E, segundo uma revisão publicada no Jama Dermatology, respeitado jornal científico, mudanças na dieta podem amenizar a severidade da doença – quando associadas ao tratamento medicamentoso padrão, é claro.
No trabalho, foram levantados 55 estudos que contaram com a participação de 77 557 voluntários – incluindo 4 534 indivíduos com psoríase. Com base em todo esse material, pesquisadores da Junta Médica da Fundação Nacional de Psoríase recomendam fortemente que os pacientes acima do peso ou obesos sigam uma alimentação de baixas calorias visando o emagrecimento. De acordo com eles, isso repercute positivamente no controle da doença.
Mas de que maneira o cardápio influencia nesse problema? Segundo o dermatologista Caio Castro, coordenador nacional da Campanha de Psoríase da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o que atrapalha mesmo é a obesidade. “Provavelmente porque, nesse caso, mais substâncias inflamatórias são liberadas, o que piora a psoríase”, comenta.
Por isso, um padrão de dieta capaz de levar ao emagrecimento seria de grande valia para os pacientes com quilos extras. “Com menos inflamação, vemos uma melhora no tratamento da doença”, completa Castro.
Os pesquisadores também chegaram a verificar a relação entre uma dieta sem glúten e o combate à psoríase. Mas não encontraram provas contundentes de que tirar essa proteína do dia a dia amenize os sintomas da doença.
Na verdade, eles afirmam que uma alimentação livre de glúten só faria sentido para pacientes cujo teste de sensibilidade à substância der positivo – mas reforçam que, mesmo nesse contexto, as evidências são fracas quando o assunto é evitar o agravamento dessa condição de pele.
Investir em uma dieta mais saudável não é a única recomendação contra psoríase no campo do estilo de vida. Cigarro, bebidas alcoólicas e estresse em excesso são outros fatores que pioram a doença.
Cuidados com a pele no dia a dia
Hidrate-se: muita água e sucos de fruta ajudam a evitar o ressecamento.
Exercite-se: atividade física regular modula a imunidade e aplaca o estresse.
Tome sol: ele é ótimo fora das crises. Mas tem que se expor até as 10h ou após as 16h.
Coma peixe: pescados são fonte de ômega-3, gordura com propriedades anti-inflamatórias.