Couve muito além do suco detox: quais os benefícios reais da folha
Rica em vitaminas e fibras, hortaliça pode ser inserida em diversas receitas e promove a saúde digestiva. Mas é preciso atenção com a folha crua
Popularmente conhecida como acompanhamento para a nossa tradicional feijoada, a couve é uma hortaliça de folhas verde-escuras, pertencente à família Brassicaceae, a mesma do repolho e da couve-flor.
É uma planta originária da região Mediterrânea e amplamente cultivada em diferentes partes do mundo devido às suas propriedades nutritivas e versatilidade culinária, podendo ser incluída em saladas, sucos e até – com delicadeza para não queimar – feita assada, em forma de chips.
Mas tantas vantagens não são milagrosas – e vale entender até onde é possível ajudar a saúde com esse alimento, que já é importante para o corpo sem precisar de promessas mirabolantes.
Quais os benefícios da couve?
A couve é uma excelente fonte de nutrientes essenciais para a saúde, incluindo vitaminas A, B6, C e K, além de minerais como cálcio, ferro, magnésio e potássio.
Esses nutrientes desempenham papéis fundamentais no funcionamento adequado do organismo: promovem a saúde dos ossos, fortalecem o sistema imunológico e auxiliam na coagulação sanguínea, entre outras funções.
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A couve também é rica em compostos antioxidantes, como os flavonoides e os carotenoides, que ajudam a combater os danos causados pelos radicais livres e a proteger as células contra o estresse oxidativo. Essas propriedades antioxidantes estão associadas à redução do risco de doenças crônicas, como problemas cardíacos.
A presença de fibras na couve também contribui para a saúde digestiva, promovendo o bom funcionamento do intestino e ajudando na prevenção de problemas como a constipação.
Além disso, essa característica ajudaria a promover a saciedade, o que pode auxiliar no controle do peso e na manutenção de uma alimentação equilibrada. Por ter pouquíssimas calorias e boa versatilidade culinária, a couve costuma ser incluída em várias receitas para quem busca uma dieta mais regrada.
Como inserir a couve na dieta?
Uma das formas mais simples de consumir couve é em saladas frescas. Você pode picar finamente as folhas e combiná-las com outros vegetais, como tomate, pepino, pimentão e cenoura. Uma dica: adicione um molho leve à base de azeite e limão para realçar o sabor.
A couve refogada é um acompanhamento clássico em muitas culinárias ao redor do mundo, não só na feijoada brasileira. Basta refogar as folhas de couve em um pouco de azeite com alho e cebola, temperando com sal e pimenta a gosto, e depois usar como guarnição.
Os sucos verdes também são uma forma popular de consumir a hortaliça, especialmente para aqueles que desejam aumentar a ingestão de vegetais. Combine folhas de couve com frutas como maçã, abacaxi, limão ou laranja, juntamente com um pouco de água ou água de coco.
Mas atenção: faça isso pelo valor nutricional da couve, e não porque o popular “suco detox” seja realmente capaz de causar o emagrecimento por si só ou eliminar toxinas do corpo.
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A couve também pode ser adicionada a batidas (as “vitaminas”) para aumentar o teor de nutrientes. Misture folhas de couve com bananas, morangos ou outras frutas de sua preferência, juntamente com iogurte ou leite vegetal para alcançar uma bebida mais cremosa.
Outra opção mais criativa e crocante é fazer chips de couve assada. Basta cortar as folhas de couve em pedaços, temperá-las com azeite, sal e pimenta, e assá-las no forno até ficarem crocantes.
Esses chips são uma alternativa saudável aos salgadinhos tradicionais e uma maneira divertida de incluir couve na sua dieta ou das crianças mais resistentes ao consumo de hortaliças e vegetais.
A couve pode ser consumida crua?
Sim, mas alguns cuidados são necessários.
Alguns estudos destacam que a couve e outros vegetais crucíferos, como brócolis, repolho e couve-flor, contêm compostos chamados glucosinolatos, que podem interferir na absorção de iodo pela glândula tireoide.
Essa interferência causaria problemas para pessoas com deficiência de iodo ou com disfunções da tireoide. A maioria das pessoas, no entanto, pode consumir vegetais crucíferos sem problemas, desde que o façam com moderação e tenham uma dieta equilibrada.
Isso porque a quantidade de glucosinolatos obtida através da couve crua seria insuficiente para causar esses problemas em indivíduos saudáveis.
Mas, se você tem alguma preocupação específica com sua tireoide ou está em tratamento para qualquer condição relacionada à glândula, é sempre uma boa ideia discutir suas preocupações e dieta com um médico ou nutricionista. Eles podem oferecer orientações específicas com base em sua saúde e necessidades individuais.
E, em qualquer caso, é importante lavar bem a couve antes de consumi-la crua, para remover qualquer sujeira ou resíduos que possam estar presentes.