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Consumo de alimentos com açúcar refinado é associado à insônia

Estudo indica um elo entre as dietas ricas em carboidratos simples e esse distúrbio do sono — ao menos em mulheres na pós-menopausa

Por Maria Tereza Santos
19 dez 2019, 18h14
remédios para dormir
Ervas e fitoterápicos também podem ser prejudiciais se utilizados em excesso (Foto: GI/Getty Images)
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A alimentação é um dos fatores que influencia a qualidade do sono. E, segundo um novo estudo da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, um componente da dieta estaria especialmente relacionado à insônia na pós-menopausa: o açúcar refinado.

Para chegar nessa conclusão, os cientistas recorreram a dados de 53 069 mulheres entre 50 e 79 anos, que já haviam passado pela menopausa. Eles foram coletados entre setembro de 1994 e dezembro de 1998.

Ao fim da análise, os pesquisadores encontraram uma ligação entre a dificuldade para dormir e o consumo elevado de alimentos com carboidratos simples, como refrigerantes, doces e pão branco.

De acordo com o psiquiatra que liderou o estudo, James Gangwisch, há um mecanismo que, em teoria, explicaria o porquê de o açúcar atrapalhar o sono. Quando consumido em excesso, esse ingrediente faz a glicose no sangue disparar rapidamente. Aí o corpo reage estimulando doses extras de insulina, um hormônio que insere essa molécula dentro das células.

“A consequente queda brusca da glicose no sangue pode liberar hormônios como adrenalina e cortisol, que interferem no sono”, esclarece o psiquiatra, em comunicado à imprensa. Esses hormônios, aliás, também estão vinculados ao estresse.

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Talvez você esteja se perguntando: será que frutas e outros alimentos naturalmente adocicados provocam o mesmo efeito? O próprio trabalho mostra na verdade o contrário: as voluntárias que ingeriam mais desses itens dormiam melhor.

Segundo os autores, as fibras presentes nos vegetais seriam as responsáveis por trás dessa boa notícia. Isso porque elas levam a uma digestão mais lenta, o que faz o açúcar não ser absorvido tão rapidamente.

Agora, há ponderações a serem feitas sobre o levantamento. Em primeiro lugar, cabe lembrar que foi encontrada apenas uma associação entre a ingestão de açúcar refinado e a insônia. Ou seja, também é possível que as poucas horas dormidas culminem em um consumo elevado de doces. Estudos anteriores já revelaram que quem passa muito tempo acordado acaba comendo mais besteiras, por exemplo.

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Outra observação feita pelos experts é a de que eles se restringiram ao sexo feminino após os 50 anos. Ainda assim, acreditam que o resultado seria aplicável a homens e pessoas de outras faixas etárias.

“Baseado nos achados, precisaríamos de pesquisas clínicas randomizadas para verificar se uma dieta focada no crescimento do consumo de alimentos integrais e carboidratos complexos poderia ser usada para prevenir e tratar insônia”, conclui Gangwisch.

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