Salvia hispanica é o nome oficial da chia, que vem conquistando aos poucos popularidade no Brasil. Porém, sua reputação começou a ser construída lá atrás, já que fazia parte da dieta dos povos pré-colombianos, como maias e astecas. “A chia é uma excelente fonte de proteínas. Nesse aspecto, é semelhante à ervilha, à lentilha e ao grão-de-bico“, informa a nutricionista Glorimar Rosa, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Dentro dos minúsculos grãos há também um teor elevado de fibras. Por causa dessas substâncias, o alimento estimula a saciedade e impulsiona o funcionamento do intestino. Em estudo da Universidade do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, cobaias alimentadas com a semente ou sua farinha apresentaram um acréscimo de 150% na quantidade de fezes eliminadas do corpo.
“Acreditamos que os mesmos efeitos possam ser observados em seres humanos”, diz a nutricionista Sandra Soares Melo, professora da instituição. Agora, segundo Glorimar, o grande atrativo da semente é o equilíbrio entre as gorduras ômega-3 e ômega-6, que lhe confere propriedades anti-inflamatórias.
Vale lembrar que a alimentação habitual do brasileiro é carregada basicamente de ômega-6 — e o desbalanço ameaça as artérias. “A chia apresenta cinco vezes mais ômega-3 do que 6, uma proporção ótima”, destaca Glorimar.
Vai um sagu?
Sabia que, em contato com a água, a chia vira um gel? “A semente cresce cerca de 15 vezes”, calcula Sandra. Dá para aproveitar essa característica e preparar um sagu. Para isso, misture 1 colher de sopa da semente com 100 mililitros de suco de uva integral e deixe na geladeira por umas quatro horas. Também é possível botar os grãos em iogurtes, saladas e na comida — seu sabor é bem suave.
Também tem farinha
Na verdade, triturar a semente até facilita a absorção de seus compostos do bem. “Para assegurar o melhor aproveitamento do alimento, consuma a farinha após o processamento”, orienta Glorimar. Se preferir, use-a na receita de pães, biscoitos e bolos.