Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Super Black Friday: Assine a partir de 5,99

Carne vermelha faz mal? Benefícios, riscos e o que diz a ciência

Grupo de pesquisa sobre câncer da OMS aponta associação entre risco elevado de câncer e o consumo excessivo de carne vermelha e carne processada

Por Clarice Sena
28 jul 2025, 15h16
carne-vermelha-cuidados-beneficios-riscos
Mais do que a carne vermelha em si, fatores como o modo de preparo e a quantidade ingerida parecem influenciar mais (David Foodphototasty/Unsplash)
Continua após publicidade

O consumo de carne vermelha é importante para obter nutrientes que ajudam no crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde, muito além do óbvio fornecimento de proteína.

A inclusão na dieta é especialmente recomendável para crianças em crescimento e para mulheres em idade reprodutiva, um grupo no qual mais de 30% é afetado pela anemia por deficiência de ferro em todo o mundo.

No entanto, estudos recentes e relatórios emitidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) têm reavivado os debates sobre os riscos associados ao alimento, como o aumento de doenças cardiovasculares, câncer no intestino (cólon e reto), diabetes e obesidade, algumas das doenças que mais matam no Brasil e no mundo.

Veja quais são os benefícios, os riscos e a maneira adequada de consumir a carne vermelha.

O consumo de carne vermelha e a saúde

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, nos últimos 50 anos, a produção e o consumo de todos os tipos de carne aumentaram substancialmente. A composição nutricional do produto é influenciada pela raça do animal, pelo tipo de alimentação (grãos, pasto ou grama) e pela genética.

O consumo de carne por si só não faz mal. O problema está no consumo excessivo de carne vermelha e, especialmente, carne processada.

Continua após a publicidade

A ingestão elevada desses alimentos pode aumentar os níveis de ferro heme no organismo, um nutriente é essencial para a saúde, mas que em grandes concentrações pode ter efeito tóxico sobre as células.

Segundo um relatório de 2023 da OMS e diversos estudos nas últimas décadas, o consumo excessivo de carne vermelha está associado ao aumento do risco de doenças crônicas não transmissíveis (DNTs), como doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.

Essas pesquisas também associam o alto consumo com maior o risco de câncer colorretal quando em comparação a outras fontes de proteína, tais como aves, peixes ou leguminosas.

Outro fator de preocupação são os aditivos usados para conservar o alimento e a gordura da carne vermelha, que apresenta um alto teor de ácidos graxos saturados, predominantemente o ácido palmítico.

Continua após a publicidade

Qual é o consumo saudável de carne vermelha?

As recomendações atuais sugerem que o consumo adequado deve estar entre 98 g e 500 g por semana para adultos. É uma janela que varia muito, porque ainda não há um consenso entre os estudos – diversos fatores individuais de saúde podem influenciar, assim como o modo de preparo.

O World Cancer Research Fund-American Institute for Cancer Research (WCRF-AICR) sugere menos de 71 g/dia, enquanto outro estudo publicado na revista Nature indica porções ainda menores, de no máximo 300 g por semana.

A forma do preparo também é importante, já que temperaturas muito elevadas na forma frita ou grelhada e a fumaça do churrasco contribuem na formação de compostos químicos cancerígenos.

O ideal é consumi-las em pedaços menores, marinadas com ervas ou outro produtos com características antioxidantes e cozidas a vapor, ensopadas ou assadas sem exposição à fumaça. Para evitar outros riscos à saúde associados a uma dieta muito gordurosa, também vale investir em cortes mais magros.

Continua após a publicidade

A carne vermelha e o câncer

Em 2015, um relatório da OMS colocou a carne processada no Grupo 1 dos carcinogênicos para seres humanos, o mesmo grupo do tabagismo e o amianto.

Já a carne vermelha entrou para o Grupo 2A dos carcinogênicos, com base em evidências limitadas de que o consumo do alimento foi associado ao desenvolvimento de câncer colorretal, de pâncreas e de próstata.

O que muita gente interpretou equivocadamente é que essas classificações descrevem a qualidade das evidências científicas relacionando cada alimento ao câncer, e não o nível de risco quantitativo de desenvolver a doença.

Esses relatórios são destinados, em grande parte, a orientar o desenvolvimento de políticas públicas de saúde e alimentação, e não para guiar a construção de dietas pessoais.

Continua após a publicidade

Os benefícios da carne vermelha

A carne vermelha é rica em vitaminas e minerais altamente biodisponíveis, o que significa que são facilmente absorvidos e utilizados pelo organismo. Dentre os principais destacam-se os altos teores de vitamina B12 e ferro, essenciais para o transporte de oxigênio no corpo, formação das células vermelhas e na síntese de DNA.

O alimento também é rico em vitamina D3, vitamina A, zinco, colina e possui todos os aminoácidos essenciais, tais como fenilalanina, triptofano e leucina. Na carne vermelha também encontra-se em abundância aminoácidos como a taurina, carnosina e creatina.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

Sua saúde merece prioridade!
Com a Veja Saúde Digital , você tem acesso imediato a pesquisas, dicas práticas, prevenção e novidades da medicina — direto no celular, tablet ou computador.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 3,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$47,88, equivalente a R$3,99/mês.